Esse sinal de pontuação é as reticências.
Para já porque, que quer que seja que teve a brilhante ideia (e nada de ironia nesta adjectivação, ou nesta ultima a dizer que a anterior não continha ironia, ou mesma esta…) não se deu ao trabalho de inventar um símbolo novo, não limitou-se a repetir um símbolo já existente três vezes, símbolo esse que por sua vez trata-se do símbolo mais básico de todos (…)
E porque é que eu gosto tanto das reticências, porque fazem a metamorfose de uma frase normal para uma frase com sentido perverso.
Senão vejamos:
“Mas que bela filha que vocês têm, anda cá dar um beijinho ao Jonas anda, ai és tão docinha meu amor, ohh que foi? Não chora, não chora”
Agora a mesma frase mas com reticências:
“Mas que bela filha que vocês têm, anda cá dar um beijinho ao Jonas anda… Ai és tão docinha meu amor… Ohh que foi? Não chora, não chora…”
Mas não nos fiquemos apenas pelo cliché da alegre chalaça sexual, não, as reticências vão muito além disso, vejamos o seguinte exemplo:
“Então e o vosso papá, ainda vive o malandro? Aquilo é que é um homem rijo pá, depois daqueles terríveis acidentes, e o desastre com o gás, ele continua rijo como um pêro o sacana. Tá aí para durar o vosso papá”
Ou:
“Então e o vosso papá, ainda vive o malandro… Aquilo é que é um homem rijo pá… Depois daqueles… Terríveis acidentes… E o desastre com o gás… Ele continua… Rijo como um pêro… O sacana. Tá aí para durar o vosso papá”
E só mais um exemplo para terminar:
“ Então compraste algo da Margarida Rebelo Pinto? Muito bem, é bom apoiar a literatura nacional. E ela tem realmente umas observações muito interessantes sobre a condição humana e os condicionalismos emocionais das relações.”
“Então compraste … algo da Margarida Rebelo Pinto? Muito bem, é bom apoiar a … escrita nacional. E ela tem realmente umas observações muito… interessantes sobre a…”
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