Há algumas semanas José Saramago afirmou que os blogues denegriam a nobre arte da escrita.
Como dono de um ínfimo pedaço da blogosfera, a afirmação do prémio Nobel despertaram a minha curiosidade, como tal achei que o melhor a fazer seria entrevistar o galardoado escritor português.
(para todos aqueles que se perguntam como é possível um mísero jovem de uma pequena terriola no meio do Atlântico ter conseguido uma entrevista com tão ilustre personalidade, para publicar num espaço onde a mesma personalidade insultou por associação. Entrevista essa que será lida por aproximadamente 8 pessoas (se contarmos com todos os indivíduos que vêem cá parar por pesquisarem pornografia no Google). Quero dizer-vos que existe uma explicação perfeitamente plausível para isso tudo. Gatinhos meus senhores, gatinhos, gatinhos e arco-íris.)
Blayer – Antes de mais, quero deixar expresso o meu agradecimento por dispensar o seu tempo para esta entrevista.
Saramago – Agradeça antes aos gatinhos e aos arco-íris
B – Já o fiz.
S – Posso tratá-lo por “mentecapto amorfo escriba de futilidades”
B – É o meu desagrado relevante?
S – Não
MAEF – Pois seja. Saramago, não pode deixar de achar peculiar o facto de o senhor ter criticado a temática dos blogues quando, o próprio Saramago é possuidor de um blog.
S – Sim mas quando sou eu não faz mal
MAEF – Então porquê?
S – Porque quando sou eu a escrever em blogues é uma forma de marcar a diferença entre a minha escrita e as demais diferença essa que me distingue dos demais
MAEF – Mas se for eu a fazê-lo…
S – É só estúpido
MAEF – Compreendo. Outra nuance da sua escrita que não compreendo é o seu ódio visceral a sinais de pontuação.
S – Tem piada porque os senhores da academia sueca não acharam isso
MAEF – Claro, não estou a tentar por em causa o seu…
S – Diga-me uma coisa qual é o seu escritor português preferido
MAEF – Luís de Camões.
S – Camões sabe quantos prémios Nobel ele ganhou
MAEF – Nenhum, mas…
S – Pois nenhum
MAEF – Mas em sua defesa os prémios Nobel ainda não eram atribuídos quando Camões era vivo.
S – Subtilezas tudo o que sei é que em termos de galardões de academias escandinavas o resultado é Saramago 1 Camões 0
MAEF – Sim, mas talvez a razão maior para ele nunca ter tido prestígio semelhante prende-se ao facto de o prémio Nobel ser atribuído a obras produzidas num ano específico, e quando os prémios começaram a ser atribuídos Camões já estava morto á séculos. Logo não poderia produzir nada em nenhum dos anos em que os prémios foram atribuídos.
S – Mas porque é que está a tentar desvalorizar-me quer dizer eu produzo a única obra portuguesa galardoada com um Nobel e o senhor vem para aqui denegrir-me e insultar-me ao ponto de dizer que qualquer defunto é tão bom ou melhor que eu se tiver essa oportunidade
MAEF – Bem não é propriamente qualquer defunto…
S – Cale-se
MAEF – Mas…
S – Não quero ouvir mais nada
MAEF – Eu só…
S – Ládidádidá
MAEF – Isto é tão…
S – Bidubidubidu eu ganhei bidubidubidu eu ganhei e tu não
MAEF – Mas como é que eu haveria de ganhar se nem tenho nada publicado?
S – Não quero saber não quero saber eu ganhei eu ganhei
MAEF – Isso é tão infantil.
S – Não tu és tão infantil tu é que és tu é que és
MAEF – Senhor Saramago a sua atitude é deveras imprópria.
S – Não quem diz é que é
MAEF – Senhor Saramago isso nem lhe condiz.
S – Tás te a ver ao espelho
MAEF – Senhor Saramago, com franqueza a palma da sua mão não é um espelho.
S – Os senhores do Nobel não acharam isso
MAEF – Duvido que a academia sueca pense que o senhor tem propriedades reflectoras.
S – Olhe quando o senhor tiver uma obra que seja motivo de estudo no 12º ano de português venha falar comigo
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