Se á coisa que me intriga são os pisa-papéis.
Intriga-me o facto da humanidade ter criado algo cuja única utilidade é ficar em cima de papel. Quem será o autor de semelhante invenção? Que triste e perturbada mente pensou: “o que falta neste mundo são coisas para ficar em cima de papel”.
O pisa-papéis é tão inútil, que ninguém compra um pisa-papéis para o utilizar. Nunca ouvimos nenhuma pessoa a dizer: “Epá preciso mesmo de um pisa-papéis, ainda ontem não tinha nada em cima dos papéis veio uma rachada de vento e os papeis ficaram todos desordenados, estou mesmo a precisar de alguma coisa que seja criada especificamente para por em cima de papel”.
Não, as pessoas não pensam assim. Quando alguém compra um pisa-papéis compra para oferecer a alguém. Mas que bela oferta que é um pisa-papéis: “muito obrigado por este presente, para que serve?”
“Para por em cima de papéis de forma a que eles não esvoacem na eventualidade de uma ocasional rajada de vento”.
“Obrigado, era mesmo o que eu queria.”
É obvio que ninguém oferece um pisa-papéis a alguém especial. Nunca vemos ninguém nas lojas ziguezagueando a uma velocidade estonteante e a pregar a alto e bom som “preciso de um pisa-papéis, o meu pai faz anos amanhã e tenho a certeza que ele está desejoso por ter um, tenho que encontrar um pisa-papéis, PRECISO DE UM PISA-PAPÉIS”. Não, uma pessoa quando oferece um pisa-papéis a alguém é mais ou menos nesta ordem de ideias:
“Não tenho outro remédio senão presentear este indivíduo. Olha um objecto para por em cima de papel, é mesmo isto.”
Toda esta problemática é afectada pelo facto de tudo ser um pisa-papéis. Por exemplo:
Um pedregulho é um pedregulho.
Um pedregulho pintado de vermelho é um pisa-papéis.
Um livro é um livro.
Um livro da Margarida Rebelo Pinto é um pisa-papéis.
E assim sucesivamente…
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