Se á desporto que me causa espécie esse desporto é o golfe.
E porquê? Pergunto-me a mim próprio de forma a criar uma enganadora antecipação pelo tema que vou introduzir.
Causa-me espécie primeiramente por causa daqueles pequenos carrinhos ridículos que os nónios (convenhamos apelida-los assim pois julgo uma hipérbole generosa apelida-los de atletas) usam para se deslocarem até ao local onde a bola parou. Tamanha parvoíce, alguns nem guiam o carrinho, resumindo: os nónios dão a sua bastonada, pesam “que maçada atirei a minha bolinha para o pé daquela bandeirinha laranjinha (sim porque os nónios do meu imaginário abusam do diminutivo) vou mas é chamar um Jarbas para me levar de popó até á bandeirinha, já agora chamo o outro para me carregar com os pauzinhos”. E lá vão eles.
Tenho até uma grande dificuldade em considerar o golfe como um desporto, se fomos a ver o golfe não desenvolve nem o vigor nem a agilidade como os outros desportos (e eu sei que o desporto tem que desenvolver a agilidade e o vigor, vi no dicionário on-line, e se o dicionário on-line diz que é assim então é porque é assim, a Internet não me ia enganar) o golfe se formos a ver bem é mais uma habilidade, a habilidade de atirar uma bola para longe e faze-la acertar num buraco com duas bastonadas ou menos. Arrotar o alfabeto todo também é uma habilidade e mais impressionante que o golfe, pois com o acordo ortográfico o “k” o “w” e o “y” também fazem parte do alfabeto português, e não sei se algum dos leitores já tentou arrotar e dizer “ípselon” ao mesmo tempo, mas garanto que não é nada fácil.
Tomei hoje conhecimento de uma citação de S. Agostinho que dizia:
“Ama e faz o que quiseres”
AMA E FAZ O QUE QUISERES, meus amigos, que raio de citação é essa?
Já imaginaram S. Agostinho num clube elitista de indivíduos criadores de citações (sim que de certeza que esses indivíduos se reúnem todos numa espécie de alcoólicos anónimos do sentido da vida, ou clube de golfe dos intelectuais), seria algo mais ou menos desta maneira:
- Muito bem Platão, isso é uma bela citação.
- Agora eu, agora eu.
-Sim Milan Kundera, fala.
“Felicidade é o desejo de repetição”
- Muito bem, muito bem.
(S. Agostinho entra na sala)
- Olhem é o S. Agostinho, ganda maluco.
-Grande doido, Kafka, grande doido.
- Cala-te pá.
- Que agressividade Kafka, isso é falta de uma coisa que eu cá sei.
- Tinha que vir a piadinha sexual não era Freud? Só pensas nisso seu pervertido.
- E qual é mal?
- O mal é que ao pensares única e exclusivamente em sexo…
(nesta altura intervêm finalmente S. Agostinho)
- Epá Freud, ama e faz o que quiseres.
- Ama e faz o que quiseres?
-Sim pá, ama e faz o que quiseres.
(levanta-se Tolstoy e grita em género de anuncio)
- Pessoal o Agostinho disse “ama e faz o que quiseres”.
(todos)
- Ama e faz o que quiseres??
- Indubitavelmente, tenho plena consciência de ter ouvido o que o reles citador profanou.
- Calma pá, não vamos agora ofender.
(nesta altura um Aristóteles e Gabriel Gárcia Márquez agarram S. Agostinho)
- Eu vou-me a ele, eu vou-me a ele.
- Pessoal isso é tudo falta de uma coisa que eu cá sei.
(todos)
- Cala-te Freud.
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