Apercebi-me hoje que no dia 24 de Junho que um leitor deste blog reagiu muito sensivelmente ao post “Perguntas de certa forma incomodativas” que falava sobre o facto de Deus não proporcionar curas milagrosas aos amputados.
Este leitor (que por conveniência vou referir-me a ele como “frufru” visto que o mesmo preferiu permanecer anónimo) disse isto sobre a minha inocente reflexão sobre as pessoas com membrocinhos a menos e a sua relação com o criador da humanidade:
Preconceito?
Seria esta a palavra para definir o seu post? Acho que não é muito apropriada. Neste caso seria inbecibilidade!
Bem que falam que a biblia possui diversas interpretações e que cada idiota pensa o que quer sobre religião.
Não é um dos mandamentos que diz para amar e respeitar ao próximo? Creio que você não sabe muito bem o que é isso.
Aposto que deve ser mais um crente beócio que nem sabe ler direito, e ainda comenta sobre dignidade, realmente, você "não é lá muito digno".
Não sei qual foi sua intenção ao escrever isso mas com certeza não possui graça alguma!
Pense!
Quem sabe algum dia consegue ser um humano respeitável.
Este comentário provocou de imediato dois sentimentos distintos no âmago do meu ser.
O primeiro foi satisfação, porque finalmente alguém me levou a sério, sim porque enquanto a maior parte das pessoas que leram o post (que continha passagens brilhantes como “uma pessoa com dois braços, pode estender as suas mãos ao senhor, já uma pessoa sem um braço só pode estender uma mão ao senhor, logo metade da fé e do amor pelo criador.” Ou ainda “Uma pessoa com duas pernas corre ao encontro do criador, uma pessoa só com uma perna, saltita ao encontro do criador”) interpretaram aquilo como uma piadola parva, o frufru não, o frufru levou aquilo á séria e viu todo o meu ódio por esses bandalhos que são os amputados.
Depois senti também alguma desilusão. Não por culpa do frufru coitado, o frufru foi excelente, o frufru esteve muito bem, arrisco-me mesmo a dizer que o frufru não podia ter estado melhor. A minha desilusão deve-se apenas á minha ganância e ambição desmedida. Acontece que quando fantasiei sobre o ódio que este post poderia despoletar, imaginei uma pandilha, um bando, um gang, por vezes até um multidão, de amputados furiosos armados com tacos de basebol e martelos pneumáticos a gritarem “herege” e “maricas” e á espera de me atacarem brutalmente, e não apenas de um individuo não identificado que coloca questões como: “Quem sabe algum dia consegue ser um humano respeitável.” Mas compreendo no entanto que é tudo o que um simples individuo consegue fazer.
Alguns de você poderão estar a perguntar-se “Blayer, meu Adónis da blogosfera, meu Steven Seagal da literatura pós-moderna não comparticipada (ou meu monte de estrume caso o leitor seja meu familiar ou amigo) que incongruência lógica e moral te leva a ceder tamanha importância a um individuo não identificado, que aparentemente não te inclui na sua lista pessoal de pessoas a parabenizar?” A resposta é simples: Eu nunca tive um cão, como jovem grotafundense o mais próximo que tive de um animal de estimação foi uma ovelha (que me proporcionou mais refeições do que lealdade e fidelidade propriamente ditas) e eu precisava de uma relação estilo “dono/animal de estimação” e é isto que o frufru me proporciona. Eu sei que, independentemente das minhas acções e palavras o frufru vai continuar a odiar-me, se eu chegar tarde a casa o frufru vai estar á minha espera para me receber com uma palavra de desdém e um insulto acutilante. Sempre que me sentir sozinho o frufru estenderá a sua orla de desprezo sobre mim para me aconchegar, e quando estiver aborrecido basta esfregar manteiga de amendoim nos meus genitais…
Para terminar, descobri á pouco que o frufru copiou o seu comentário só para poder identificar-se, sendo assim mostro o meu mais profundo apreço ao senhor “Deixa de ser estúpido, seu merda”
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