São aqueles variados serviços para telemóveis que, aparecem inúmeras vezes anunciados tanto em televisão, sites na internet, jornais, portas de casa de banho, etc.
Olha estes anúncios como é óbvio, oferecem toda uma panóplia de serviços, desde músicas de artistas de mérito duvidoso, até assertivos palpites sobre a morte do cliente. O que me deixa uma duvida: Se a maioria das pessoas não quer saber que uma relação acabou via telemóvel, porque raio irá querer saber que a sua vida irá acabar via telemóvel? Enfim paradoxos.
Quanto ao mercado do “barulho por encomenda”, desenganem-se os incautos que julgam que tal mercado se restringe pelas músicas do Tony Carreira (é só um exemplo, não há nada de mal com… Desisto, nem consigo acabar a frase). Desde um despertador demasiado agudo que repete o nome do cliente incessantemente até ao pai Natal com flatulência (em casos normais eu iria inventar fontes de poluição sonora totalmente ridículos e surreais para fins de entretenimento, mas neste caso fui ultrapassado pelos brilhantes criativos por detrás de tamanha barbaridade que, efectivamente comercializam semelhante produto da sua genialidade). Talvez um (sim porque um titulo desta envergadura não pode ser entregue de forma leviana) dos mais surreais “toques” a ser comercializado era o som de um qualquer individuo a trautear o mais básico toque de telemóvel (tanana tanana tanananana). Porquê? Para quem? Se eu, por infelicidade do destino, conhecesse alguém que gostasse de imitar toque de telemóvel, tentaria evitar essa pessoa e o seu “talento”. Quão baixo na cadeia da dignidade alguém tem que descer para ter como trabalho “cantor cover de toques de telemóvel”.
Como não poderia deixar de ser, a pornografia deixa a sua marca também nesta forma de comércio. E, aparentemente resigna-se a algo genérico e mainstream (porque convenhamos, ver um anuncio que diz com entusiasmo e ênfase “veja esta bela moça, vestida de urso a roçar-se neste pinguim de pelúcia, enquanto trinta anões vestidos de moços de colégio lhe atiram pequenos ursos goma de sabor a morango, e uma senhora de idade observa-os enquanto produz lindos vasos de barro” poderá não apelar ás massas). Ainda assim não pude deixar de notar que um dos anúncios apelava á testosterona do seu público com as denominadas: “Lolita, Prima da Lolita, Irmã da Lolita, Tia da Lolita”. Duas perguntas (para lá do instintivo porquê?) porque raio o incesto se tornou sensual? E desde quando a industria pornográfica se tornou demasiado preguiçosa para inventar nomes? Dá um ar de grande desleixo, não? Quer dizer, que vontade terá o cliente de demonstrar o seu amor pelo próprio, quando o incentivo para tal demonstração, mostra desprezo tal que nem se dá ao trabalho de pensar em mais que um nome?
Mas a jóia da coroa de toda esta linha de produtos, é sem duvida alguma a “máquina de peidos”. A épica e eterna “máquina de peidos”. Quem já utilizou o youtube muito provavelmente já se cruzou com o anúncio da (e não consigo enfatizar espectacular o suficiente) “máquina de peidos”, mas para quem não está familiarizado com a temática, passo a explicar:
A “máquina de peidos” (segundo reza o anuncio) é basicamente uma “slot machine” virtual onde o resultado é sempre três imagens alinhadas de nádegas e uma espécie de fumo por debaixo das mesmas (se vem com acompanhamentos sonoros e olfactivos não sei, o anuncio não é assim tão especifico). O anuncio minimalista (porque francamente pouco mais há a acrescentar) afirma pomposamente “máquina dos peidos: põem toda a gente a rir”. E, num canto do anuncio com letra pequena e semi-transparente “4€ por semana”. E é só, durante quantas semanas? Não diz. Receberei outros produtos durante as semanas em que pago os 4€, ou o dinheiro é simplesmente uma (justa) prestação infinita pela “máquina dos peidos”? Também não diz. E sinceramente é irrelevante, pois o anuncio e produto creio que dizem tudo o que há para dizer por si só.
Se á coisa que pouco dignifica a masculinidade de um individuo são aqueles “gel de banho” e desodorizantes “Axe”.
Não sei se sou o único a pensar assim mas… tomar banho com um produto que contêm no título a expressão “frutos proibidos”, não é algo que faça muito pela minha auto-estima.
Adianto ainda que absolutamente nada tipicamente “másculo” inclui a expressão “frutos proibidos”. Ninguém pede uma imperial com “frutos proibidos”, ninguém come carne crua com “frutos proibidos”, ninguém comeu uma gaja tão boa que parecia “frutos proibidos”, ninguém tem um extra no automóvel com “frutos proibidos”, ninguém festeja as vitórias do clube de futebol com “frutos proibidos”, ninguém mata 12 índios com “frutos proibidos” e assim sucessivamente.
O novo produto dessa companhia dá pelo nome de “Dark Temptation”, o que em bom português é “tentação negra”. Segundo o anúncio a ideia é inserir um aroma a chocolate. Chocolate vejam só, mas qual é o gajo que quer cheirar a chocolate? Existirá um homem determinante na história do mundo que cheirasse a chocolate? Haverá alguma actividade tipicamente máscula associada a chocolate? Já alguém matou touros ou outros bichos a cheirar a chocolate? Já alguém apagou fogos a cheirar a chocolate? Já alguém se peidou numa festa social a cheirar a chocolate? Julgo que não.
Aliás uma forma de medirmos o decréscimo da nossa vida sexual é quando “tentação negra” deixa de ser quem nos lava as costas para o que nos lava as costas.
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