Como já tinha referido há algum tempo, um desses génios do meio televisivo lembrou-se de televisionar um par de pessoas a chamar um cão.
Cinco minutos de tv da melhor qualidade onde duas pessoas simplesmente agacham-se e repetem “bobi” indefinidamente.
Pois bem, como paladino do serviço público que sou, não perdi tempo (tirando o mês e tal em que escrevi esse post e o dia de hoje) e entrevistei essa alma errante e peculiar.
Blayer – Antes de mais obrigado por ter aceitado o meu convite.
Indivíduo do panorama televisivo – Como alguém pode recusar o que quer que seja a tão esplêndido espécime ultrapassa a minha compreensão.
B – Muito obrigado. Antes de começar, importa-se que lhe trate por idiota?
IPT – Claro que não. Parte da iniciação no panorama televisivo requer a total perda de dignidade. Nessa mesma iniciação aprendi a beber leite duma tigela para cães, enquanto sustento essa mesma tigela com o ânus e imito o latido de 32 espécies diferentes de cães.
B – Impressionante sem dúvida. Terá sido dessa experiência que surgiu o passatempo do chamamento do cão?
I – Curiosamente não. O desafio do chamamento do cão é a perfeita representação da minha forma de pensar.
B – Por alguma razão não estou surpreendido... Já agora, importa-se de explicitar um pouco mais essa sua forma de pensar?
I – Claro que não. A meu ver as pessoas querem ver na televisão coisas com as quais se identifiquem. Ou seja coisas do dia-a-dia, a vida como ela é, a televisão a imitar a realidade. E onde reside essa realidade se não nessas pequenas tarefas diárias?
B – Mas é assim tão necessário esmiuçarmos tão ínfimos detalhes do lufa-lufa diário? Chamem-me de maluco mas, um homem agachado durante 10 minutos a repetir “bobi” parece-me no mínimo enfadonho.
I – Maluco. Não só é necessário como passível de grande entretenimento. E digo mais, chamar cães não é um pormenor pequeno o suficiente. Como comprovará ao assistir ao meu novo reality show “A fila”.
B – Tenho algum medo de perguntar mas, em que consiste” A fila”?
I – Ainda bem que perguntou. A fila é o novíssimo e inovador reality show onde um grupo de 2748 estranhos convivem entre si numa fila interminável para receber o subsídio de desemprego. Todas as semanas o publico vota num concorrente para receber o mesmo subsídio e, consequentemente ser eliminado da fila.
B – Todas as semanas sai um concorrente?
I – Sim
B – Então o programa irá demorar 2748 semanas?
I – Exactamente.
B -56 anos.
I – Sim, será o maior reality show de todos os tempos. O MAIOR REALITY SHOW DE TODOS OS TEMPOS.
B – O idiota que me perdoe a pergunte mas, não será isso um claro sintoma de megalomania?
I – Não, ainda ontem tirei um quisto.
B – O maior quisto de todos os tempos?
I –Curiosamente.
E passo a explicar porquê:
Se eu estou a dar um passeio com um amigo meu, se lhe apetece defecar, e o fizer no meio da via pública, eu não me vou ajoelhar, apanhar a feze com um saquinho de plástico (que arranjei de propósito para ele) e desfilar com ele até um caixote do lixo.
Ou se um amigo meu passar a noite em minha casa, se ás 3 da manhã ele gritar comigo a exigir que eu lhe leva á via pública porque lhe apetece defecar, para eu depois voltar a repetir o mesmo ritual, mas ás 3 da manhã, eu provavelmente agrido-o violentamente com um livro de cabeceira sobre a caça aos patos.
Se á coisa que me fascina desde pequenino são os guiões de filmes pornográficos.
(aviso: após um principio como este, a qualidade deste post só se pode equiparar ás letras de canções dos anos 70, por isso a menos que a sua capacidade de compreensão não ultrapasse a frase “estão a chover homens”, estarão por sua conta e risco.)
E o que me fascina nos filmes pornográficos? Perguntam todos vocês que não demonstram um sorriso de esguelha, olhos esbugalhados e respiração ofegante.
O que me fascina nos filmes pornográficos, para além de mamas grandes, é que num guião pornográfico tudo pode acontecer.
Mas absolutamente tudo. Não há regras, tudo é permitido, o que não acontece em nenhum outro tipo de filme. Mesmo as ficções fictícias mais tresloucadas, têm o mínimo de respeito pela condição humana, e pela sua forma de pensar (sim até os filmes do Steven Seagal).
Por outro lado, a pornografia não se preocupa com isso, e passo a demonstrar alguns exemplos entre as abismais diferenças entre os guiões pornográficos, e os demais:
Situação
“Sala de reuniões, membros de ambos os sexos, entra um secretário(a), entorna café no(a) chefe”
Estilo de filmes
(aviso: vou partir do principio que todos os filmes que vou apresentar com esta hipótese são rasca, se estavam á espera de algo com classe e sofisticado, não deviam ler um post que tem como primeira frase “Se á coisa que me fascina desde pequenino são os guiões de filmes pornográficos”)
Drama – Existem duas hipóteses generalizadas, ou o secretário(a) é despedido(a), situação que provocará grandes distúrbios na sua vida; ou a reunião corre muito mal por causa desse incidente e o acordo, crucial para a sobrevivência da empresa, não é selado.
Comédia – Toda a gente olha para o secretário que acidentalmente aterrou com a cabeça no colo de um figurante masculino, a acção a partir daqui pode bifurcar-se: ou o figurante é uma pessoa conservadora e olha para o secretário com olhos escandalizados; ou o figurante é homossexual e olha para o secretário com olhos luxuriosos.
Romance – O secretário(a) tenta limpar atrapalhadamente as calças do(a) chefe, até olhá-lo(a) nos olhos, sorrirem 5 segundo um para o outro sem desviar o olhar até o secretário(a) sair da sala.
Acção – O café era afinal uma solução tóxica que irá matar toda a gente dentro de 10 minutos, é nessa altura que entra o Steven Seagal de moto, partindo a vitrine da sala de reuniões, nessa altura o chefe grita “isso custou-me 100 mil dólares”, o Seagal grita para toda a gente evacuar a sala pela vitrine furada, aponta uma Mac10 para o secretário(a) diz “o café tá quente” e dispara compulsivamente, depois chama uma equipa de intervenção para fechar o lugar, e parte no meio da noite para lugar incerto.
Pornográfico – Todos os membros da sala são apenas mulheres, todas elas têm mamas grandes, entra o secretário, entorna o café, a chefe diz “menino mau, vai levar tau-tau”, dito isso a chefe bate vagarosamente nos glúteos do secretário, as outras pessoas na sala não são meros figurantes, visto que de repente sentiram o desejo incompressível de se beijarem. E está dado o mote para uma muito agradável orgia.
Exposto o meu ponto de vista irei apresentar a minha primeira história para um filme pornográfico.
Afinal o cão está vivo
“Afinal o cão está vivo” é uma história de amor, compaixão, compreensão e bestialidade.
Cena 1
Uma vulgar dona de casa, com mamas grandes, com uma idade que ronda os 30 anos, está a efectuar uma banalíssima viagem de reabastecimento ao supermercado, e como é custo-me nessas viagens, ela traja um largo porém curto vestido com um ar gasto, e não se deu ao trabalho de vestir roupa interior.
No seu caminho a mesma dona de casa vê um pastor alemão escarrapachado no chão, esse cão emana um cheiro pútrido, o coração dessa dona de casa enchesse de compaixão e decide levar o cão aparentemente morto para um restaurante chinês, onde teria um fim mais digno, fim esse que seria acompanhado com vegetais variados.
Decidida a cumprir a promessa que fizera a si própria, de dignificar esse canídeo, ela coloca-o ás suas costas e faz-se á estrada… Mas a meio caminho a doce dona de casa sente uma pressão nas suas costas, uma pressão tão forte que ela e obrigada de pôr-se de gatas, por alguma estranha razão ela despe-se e exclama “meu Deus, afinal o cão está vivo”
Repete-se a cena com diferentes donas de casa e cães, na cena 3 ninguém explica porque é que a amiga da dona de casa colocou a cara da sua amiga entre as suas coxas em vez de chamar ajuda, e temos um filme, quiçá com direito a sequela
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Divirta-se, leia este pos...
. O cão é o nosso melhor am...
. Pornografia, um negócio, ...
. Os meus links
. As 998 sórdias maneiras de estourar com Nuno Marlk
. Blayer (é mesmo o meu, desculpem lá mas precisava de alimentar o ego)
. Blogjob
. Diz que é uma espécie de magazine
. inepcia
. Jaime (de Portugal, para inglês ver, ou qualuqer um que compreenda esse idioma)