Num passado deveras recente, tive a oportunidade de ouvir um relato de futebol (Sporting – Basileia, julgo) na rádio.
O que é que isso tem de especial? Nada. Porque é que fiz um parágrafo que apenas alberga uma pergunta retórica? Demasiado tempo livre.
O ponto alto desse mesmo relato foi sem duvida quando o locutor da Antena 1 balbucia estas palavras:
“Aristóteles disse uma fez “somos aquilo que fazemos repetidamente bem.””
A minha dúvida reside neste ponto, que vos vou relatar em maiúsculas de forma a dar um aspecto de certa forma desesperante: PORQUE RAIO ALGUÉM IRÁ CITAR ARISTÓTELES NUM RELATO DE FUTEBOL, PORQUÊ? PORQUÊ? Qual é a necessidade? Apesar de não ser grande apreciador de futebol, julgo que é algo que pouco tem a ganhar ou a perder com citações de Aristóteles. O que se segue? Um comentador parar de relatar uma jogada para recitar um poema que achou muito bonito e comovente? Um comentador gritar histericamente a meio de um jogo “O que faço eu aquiiiiiiiiiii? Qual é o sentido da vidaaaaaaa? Existência humaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaanaaaaaaaaaaaaaa.” Onde andam os clássicos chavões como “é disto que o meu povo gosta.”?
Como se não bastasse o infame homem da bola prosseguiu com:
“Ou seja a excelência é aquilo que nós fazemos bem e repetidamente”.
Para quê esta explicação óbvia? Será que lhe passou pela cabeça que alguém pudesse pensar que “repetidamente bem” e “bem repetidamente” não são uma e a mesma coisa? Só se trocou a ordem das palavras por amor de deus.
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