Esta semana foi semana de Campeonato Grotafundense de Ordenha.
Com um campeonato renhido como poucos, e a duas jornadas do fim, toda a Grotafunda foi mobilizada a assistir às emocionantes últimas semanas do campeonato.
Sem mais delonga aqui ficam os resultados desta jornada:
Associação Grotafundense de Ordenha: 22
Juventude Vaqueira : 22
Homens do Leite Ordenha Clube: 20
Marítimos do Cerrado : 28
Lavradores Independentes : 24
Grotafunda Ordenha Clube : 24
Tributo Ancião da Grotafunda : 30
Associação Paroquial Académica Comercial Medicinal Pecuária e Desportiva Grotafunda: 32
Como podem observar a jornada desta semana proporcionou surpresas chocantes no Grandioso Campeonato Espancador Vara de Pinho.
A começar, os detentores do título Associação Grotafundense de Ordenha, continua na sua espiral descendente, após a derrota contra a Grotafunda Ordenha Clube, agora um empate contra os claramente inferiores Juventude Vaqueira. Todos os 12 adeptos que se deslocaram ao municipal da Grotafunda saíram visivelmente desiludidos com os pupilos de Firmino Raúle. Firmino Raúle que tem causado muita polémica como técnico da equipa da baixa Grotafunda, a equipa parece sem ritmo, perde litros de leite aparentemente fáceis, e em suma falta-lhe o vigor de épocas passadas. Correm até rumores que Firmino nem é francês e que o apelido, alegadamente de origem gaulesa, não é Raúle mas sim Raul. Este escândalo tem suscitado manifestações à porta da cede do AGO, que pedem a demissão imediata do técnico. O blog Blayer entrevistou um desses manifestantes:
“Isto realmente é muito triste, muito, muito triste. Isto neste mundo existem dois tipos de pessoa: os que se usam a si em prol da ordenha, e os que usam a ordenha em prol de si. E infelizmente a segunda hipótese retrata perfeitamente o senhor Firmino Raul, que não é francês coisa nenhuma, ainda à coisa de quatro anos era empregado no bar do meu cunhado. E mesmo aí já se previa que daria um péssimo técnico de ordenha, mandava sempre entrar os amendoins demasiado cedo, e colocava os tremoços onde não eram desejados.”
Por esta e outras críticas a direcção do AGO convocou uma conferência de impressa, para que o técnico do clube pudesse responder aos mais cépticos. O Blayer esteve lá e apurou o seguinte:
“Estes senhores que se dizem adeptos da Associação Grotafundense de Ordenha mentem. Esses detractores não passam de víboras, seres rastejantes e reles, que com o seu veneno apenas destroem o bom ambiente que se vive na Associação Grotafundense de Ordenha. O meu colectivo é um colectivo forte, o meu colectivo é um colectivo amigo, o meu colectivo é um colectivo profissional que tem dado o seu máximo em prol dum clube com uma história tão singular como o nosso. É extremamente injusto atacar homens de valor, homens com h grande, que todas as jornadas vestem com amor e orgulho as jardineiras deste grupo. Eu enquanto treinador, mais, enquanto fervoroso amante deste emblema jamais aceitarei, que certas larvas sujas e nojentas, tentem atacar algo que me é tão precioso. E no que toca à minha às dúvidas sobre a minha naturalidade, não há nada de mais ridículo, eu sou claramente francês, repare, tenho uma boina, um bigode, cheiro mal dos sovacos e vou neste preciso momento comer uma baguete.”
Também nesta semana os Marítimos do Cerrado conseguiram uma justíssima primeira vitória, por 20-28 frente ao Homens do Leite Ordenha Clube. Um inspiradíssimo Jonathan Miranda ordenhou sozinho mais de metade dos litros do Marítimos, as suas impressionantes exibições têm despertado o interesse de variadíssimos clubes em variadíssimos locais do mundo, falando-se mesmo no interesse do Dínamo Krasteck da Ucrânia ou até mesmo dos tri-campeões do Cazaquistão o Fulcrapecz.
Mas o maior choque aconteceu no Municipal Ancião, com a derrota do actual líder Tributo Ancião da Grotafunda frente à maior surpresa do torneio a Associação Paroquial Académica Comercial Medicinal Pecuária e Desportiva Grotafunda por 30-32.
A derrota foi um choque tremendo, no embate entre os líderes o Municipal estava mais que superlotado, com uns épicos 18 espectadores. Toda a gente esperava que o TAG decidisse o campeonato neste jogo, e os adeptos preparavam-se para comemorar o feito. Como heróis o trio do TAG entrou no municipal, liderados pelo capitão Carlos Abelha, o homem da casa Apolo Silva Santos e o génio de Marselha Jacques Pires.
Por outro lado, a expressão bélica na face dos homens da APACMPDG provocava calafrios a todos os que procurassem contacto visual. Desde cedo se percebeu que os homens de Américo Amaro não iriam entregar os 3 pontos de mão beijada aos locais.
Com esplendor e grandeza começou a equipa da casa, 3 litros para Carlos Abelha, 2 para Silva Santos e 3 para Jacques Pires, que mais uma vez deleitou os fans, ao usar a boca como uma terceira mão e assim adicionar mais litros à sua conta pessoal. No entanto Jacques não manuseou as tetas durante muito tempo, talvez para se poupar para os períodos que se avizinhavam.
Com afinco e pundonor começou o APACMPDG, a velocidade da sua ordenha fez com que muitos dos espectadores julgassem que se tratava duma equipa de hexadáctilos. De facto os três agricultores completavam-se tão bem que pareciam um só super-lavrador. 12 litros foi o resultado para a equipa da Grotafunda central o que lhe dava uma vantagem de 4 litros ao fim do primeiro período.
Foi aí que João Silvâ se apercebeu que não poderia ceder um milímetro para os segundos classificados. E no segundo período vimos o mesmo Jacques Pires que vemos nas nossas fantasias. O homem massaja, beija e acaricia as tetas do animal como quem acarinha um filho, e o resultado é litradas de leite, neste caso anda mais nada menos que 16 litros de leite. No segundo período nem Abelha nem Apolo de aproximaram do animal, nem foi preciso, seria como se um servente de pedreiro desenha-se a capela sistina.
Perante tal enquadramento pouco ou nada há a fazer, e a APACMPDG apenas conseguiu ordenhar 6 litros no segundo período, deixando assim o resultado nuns 24-18.
Mas a grande reviravolta veio no terceiro período. Quando os adeptos do TAG já saltavam em júbilo a antever a conquista da prova. No último período João Silvâ substituo o esgotado Jacques Pires por Sílvio Tomás. No terceiro período o TAG fez trabalho de manutenção, cada atleta ordenhou 2 litros cada um e permitiu que cada um tivesse tempo suficiente com a vaca para elaborar as suas técnicas de ordenha.
Essa desaceleração mostrou-se fatal, com força redobrada os pupilos de Américo Amaro, trabalharam aquela vaca com fulgor tal que ou ela produzia leite ou eles lhe batiam (como foi o caso, a certa altura José José deferiu uma pancada na glândula do animal, o que foi falta com direito a pancada de cauda). E o que é certo é que a vaca correspondeu á vontade (por vezes até brutalidade) dos atletas da Grotafunda Central. E vimos esguichos e esguichos de leite a cair no balde da APACMPDG, esguichos esses que ao se amontoarem criavam uma porção de leite cada vez maior. E, perante os olhares perplexos dos adeptos do TAG, essa porção resultou em 14 litros, dando assim a vitória aos visitantes por 30-32.
Foi um ambiente pesado que se viveu na baixa Grotafunda, durante muito tempo ninguém conseguiu dizer nada, como reza a letra dos Mão Morta “Ninguém dizia nada, o silêncio, acompanhava o olhar vazio, a dor”.
Aqui fica a tabela classificativa actualizada:
Associação PACMPD Grotafunda |
15 pontos |
140 litros |
Tributo Ancião Grotafunda |
12 pontos |
151 litros |
Associação Grotafundense de Ordenha |
10 pontos |
132 litros |
Juventude Vaqueira |
07 pontos |
129 litros |
Grotafunda Ordenha Clube |
07 pontos |
123 litros |
Marítimos do Cerrado |
03 pontos |
097 litros |
Lavradores Independentes |
02 pontos |
103 litros |
Homens do Leite Ordenha Clube |
01 ponto |
102 litros |
A um dia do terceiro aniversário deste blog, o Grandioso Campeonato de Ordenha Espancador Vara de Pinho fica curiosamente a três jornadas do fim, sendo os resultados desta semana os seguintes:
Tributo Ancião da Grotafunda 26
Marítimos do Cerrado 24
Lavradores Independentes 24
Homens do Leite Ordenha Clube 24
Grotafunda Ordenha Clube 34
Associação Grotafundense Ordenha26
Associação PACMPDG da Grotafunda 31 Juventude Vaqueira 27
Não tiveram semelhante sorte esta semana. Por divina obra do karma, encontraram uma motivadíssima equipa do GOC, que lhes deixou completamente sem argumentos, e a todos os 14 espectadores presentes na Queijaria Alberto um agradável sentimento de perplexidade.
No entanto não foi o GOC / AGO, o embate mais electrizante desta semana de retorno do Grandioso Campeonato de Ordenha Espancador Vara de Pinho. De facto o defronto que perdurará eternamente nos anais desportivos da Grotafunda foi o Tributo Ancião da Grotafunda V.S Marítimos do Cerrado.
Á entrada do “Santuário do Leite” o TAG e o MC, eram duas equipas em situações tudo menos similares. Por um lado o TAG, líder invicto do campeonato com
Quanto ao Marítimos as circunstâncias eram outras, ainda sem pontuar, e com menos
Era um clima tenso que se sentia então pelas 6 e 30 da manhã no “Santuário do Leite”, frente a frente os guerreiros de Silvâ: Carlos Abelha; Jacques Pires e Apolo Silva Santos. Contra os gladiadores do cerrado: João Silva; Jonathan Miranda e Rui.
Suores frios percorrem os atletas e os espectadores (perto de uns 18, que fazia o Santuário encher pelas costuras), entoavam-se cânticos de guerra, cuspia-se para o chão, alivia-se a comichão iminente, provocada pela infame micose genital proveniente do nervosismo. E o cronometrista (imprudente) soa a campainha e decide que aqueles mancebos viris se gladiem perante as massas
Estupefactos com tanto talento, os Marítimos vacilaram a principio, e começaram timidamente com Rui, que como se nunca tivesse visto tetas na vida, tocava a vaca a medo, quase a perguntar “poso? Por favor? Obrigado” sempre que os seus trémulos dedos sentiam as macias glândulas do bovino. Mas Albino Santos, pedagogo experiente, rapidamente constatou que Rui não consegui gerir a pressão de semelhante encontro, substitui por uma velha raposa da ordenha, que já marcou presença em 6 clubes diferentes do campeonato tendo mesmo sido campeão em 1997 pelo Grotafunda Ordenha Clube: Márcio Alves.
E valeu a experiência de João Silva e Márcio Alves, para arrancarem o jogo para os Marítimos, permitindo assim ao cair do primeiro parcial uma autêntica “explosão Miranda”. Jonathan Miranda, que já no último jogo tinha tido uma muito boa prestação, ordenhou neste primeiro período
Ao avistar uma possível vitória perante os virtualmente imbatíveis TAG, os Marítimos redobraram as forças para o segundo período. De facto entraram com tanta vivacidade e vontade de ganhar que o grito de Jonathan na cara de Jacques “Esta é a minha vaca” ouviu-se em todo o Santuário, no confronto que muitos já dizem ter sido “Godzilla contra King-Kong da ordenha”. E os homens do Marítimos ordenharam com labuta e garra, bolhas com pus e sangue se fizeram nas mãos desses bravos homens, e esse pus sangue e suor caía dramaticamente no leite, deixando o liquido impróprio para consumo mas recomendado para poética contemplação.
Perante tão estóico esforço, não houve talento que resistisse, e no segundo período o resultado era de 15-19.
Para o início do 3º e último período, Albino Santos viu-se obrigado a substituir Márcio Alves, que já não pode contar com a stamina dos impertinentes jovens que era suposto enfrentar. Albino pressupôs que, devido á vantagem da equipa e da segura performance dos seus homens, que seria uma boa altura para permitir a nova entrada de Rui. Pois maldita a hora em que o fez, Rui denotou ainda demasiada pressão e deixou-se dominar pelo momento. As tetas escorregavam-lhe das mãos, era demasiado rápido quando a vaca queria que ele fosse gentil, era lento quando a vaca queria vigor, precipitava-se, enganava-se no timing, julgo até que a certo momento se viu lágrimas nos seus olhos. Decadente espectáculo nos proporcionou Rui, é muito triste ver um homem já adulto deixar-se manipular, consumir e ser mal digerido assim por uma vaca. Ainda assim o Marítimos (com
E foi na altura dos guerreiros de Silvâ mostrarem o que valiam, que história foi escrita nas rudes e esplendorosas mãos de Jacques Pires. Quando tudo parecia perdido, Jacques ocupa o banquinho e com a minuciosidade de um ourives, a paixão de um herói e o fulgor de um tenor começou a fazer das glândulas daquele desmesurado animal, instrumentos de uma sonata, mármore onde ele esculpiu um sonho, juro por Deus que a meio do processo fechei os olhos e ouvi coros de anjos e harpas. O momento de todos mais divinal, foi quando Jacques encostou os quentes lábios á teta do bicho e sugou com adocicado calor o alvejado líquido. Lágrimas vieram-lhe aos olhos, mas ao contrário das lágrimas de Rui, que eram lágrimas de pavor, medo e desejo de evasão, estas lágrimas eram lágrimas de paixão, alegria e vivacidade. Acho que a cara de todos nós, cidadãos do mundo, se enterneceria perante tão bucólico retracto. Jacques ordenhou sozinho
Sem mais a acrescentar aqui fica a tabela classificativa:
Tributo Ancião Grotafunda |
12 |
|
Associação PACMPD da Grotafunda |
12 |
|
Associação Grotafundense de Ordenha |
09 |
|
Juventude Vaqueira |
06 |
|
Grotafunda Ordenha Clube |
06 |
|
Homens do Leite Ordenha Clube |
01 |
|
Lavradores Independentes |
01 |
|
Marítimos do Cerrado |
00 |
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