Domingo, 14 de Junho de 2009

Grandioso Campeonato de Ordenha Espancador Vara de Pinho

A um dia do terceiro aniversário deste blog, o Grandioso Campeonato de Ordenha Espancador Vara de Pinho fica curiosamente a três jornadas do fim, sendo os resultados desta semana os seguintes:

 

Tributo Ancião da Grotafunda   26                  

Marítimos do Cerrado               24

 

 

 

 

 

Lavradores Independentes 24

Homens do Leite Ordenha Clube 24                 

                                                                                   

Grotafunda Ordenha Clube             34   

Associação Grotafundense Ordenha26  

 

Associação PACMPDG da Grotafunda 31

Juventude Vaqueira                                27

 

 

 Foi sem dúvida uma semana carregada de surpresas no Grandioso Campeonato de Ordenha Espancador Vara de Pinho, a começar pela derrota do actual campeão (Associação Grotafundense Ordenha) contra a Grotafunda Ordenha Clube por uns expressivos 34-26, AGO que já na última jornada sacaram um sujo triunfo da vaca frente aos Marítimos do Cerrado, triunfo que fedeu durante meses com o seu enxofre, o pitoresco palco da ordenha da Grotafunda.

 

Não tiveram semelhante sorte esta semana. Por divina obra do karma, encontraram uma motivadíssima equipa do GOC, que lhes deixou completamente sem argumentos, e a todos os 14 espectadores presentes na Queijaria Alberto um agradável sentimento de perplexidade.

 

No entanto não foi o GOC / AGO, o embate mais electrizante desta semana de retorno do Grandioso Campeonato de Ordenha Espancador Vara de Pinho. De facto o defronto que perdurará eternamente nos anais desportivos da Grotafunda foi o Tributo Ancião da Grotafunda  V.S  Marítimos do Cerrado.

 

Á entrada do “Santuário do Leite” o TAG e o MC, eram duas equipas em situações tudo menos similares. Por um lado o TAG, líder invicto do campeonato com 95 litros em 3 jogos, a viver a sua melhor época de sempre, em parte devido ao novo mentor João Silvâ, filho de emigrantes portugueses na França, que trouxe para a Grotafunda técnicas de ordenha que fazem até as mais duras vacas contemporâneas liquefazerem-se. Em parte também do talento eminente de Jacques Pires, que veio com Silvâ como grande promessa do treinador, não só para a equipa da baixa Grotafunda, como também para toda a liga em geral, pois a finura de Jacques prometia deleitar-nos maravilhados perante tais técnicas tão inventivas, complexas, utópicas e belas.

 

Quanto ao Marítimos as circunstâncias eram outras, ainda sem pontuar, e com menos 44 litros que o adversário, não se esperava tarefa fácil para os pupilos de Albino Santos. No entanto a escandalosa injustiça de meses atrás, motivava-os com raiva e garra. Acredita-se que naquela altura o TAG fosse personificação de tudo isso. Os homens de Santos tinham apenas uma missão: estimular aquelas glândulas mamárias, e estimula-las bem.   

 

 Era um clima tenso que se sentia então pelas 6 e 30 da manhã no “Santuário do Leite”, frente a frente os guerreiros de Silvâ: Carlos Abelha; Jacques Pires e Apolo Silva Santos. Contra os gladiadores do cerrado: João Silva; Jonathan Miranda e Rui.

 

Suores frios percorrem os atletas e os espectadores (perto de uns 18, que fazia o Santuário encher pelas costuras), entoavam-se cânticos de guerra, cuspia-se para o chão, alivia-se a comichão iminente, provocada pela infame micose genital proveniente do nervosismo. E o cronometrista (imprudente) soa a campainha e decide que aqueles mancebos viris se gladiem perante as massas em êxtase. Começa Jacques Pires, que defraudando os cépticos que o catalogavam de prima-dona ofereceu as tetas com mestria tanto ao experiente capitão Abelha, como ao menino bonito, um autêntico modelo dos bancos de madeira baixinhos, Apolo Silva Santos. Este jogo de equipa cedeu aos Tributo 9 litros.

 

Estupefactos com tanto talento, os Marítimos vacilaram a principio, e começaram timidamente com Rui, que como se nunca tivesse visto tetas na vida, tocava a vaca a medo, quase a perguntar “poso? Por favor? Obrigado” sempre que os seus trémulos dedos sentiam as macias glândulas do bovino. Mas Albino Santos, pedagogo experiente, rapidamente constatou que Rui não consegui gerir a pressão de semelhante encontro, substitui por uma velha raposa da ordenha, que já marcou presença em 6 clubes diferentes do campeonato tendo mesmo sido campeão em 1997 pelo Grotafunda Ordenha Clube: Márcio Alves.

 

E valeu a experiência de João Silva e Márcio Alves, para arrancarem o jogo para os Marítimos, permitindo assim ao cair do primeiro parcial uma autêntica “explosão Miranda”. Jonathan Miranda, que já no último jogo tinha tido uma muito boa prestação, ordenhou neste primeiro período 5 litros de leite, permitindo assim terminar o primeiro período apenas a perder por 9-8.

 

Ao avistar uma possível vitória perante os virtualmente imbatíveis TAG, os Marítimos redobraram as forças para o segundo período. De facto entraram com tanta vivacidade e vontade de ganhar que o grito de Jonathan na cara de Jacques “Esta é a minha vaca” ouviu-se em todo o Santuário, no confronto que muitos já dizem ter sido “Godzilla contra King-Kong da ordenha”. E os homens do Marítimos ordenharam com labuta e garra, bolhas com pus e sangue se fizeram nas mãos desses bravos homens, e esse pus sangue e suor caía dramaticamente no leite, deixando o liquido impróprio para consumo mas recomendado para poética contemplação.

 

Perante tão estóico esforço, não houve talento que resistisse, e no segundo período o resultado era de 15-19.

 

Para o início do 3º e último período, Albino Santos viu-se obrigado a substituir Márcio Alves, que já não pode contar com a stamina dos impertinentes jovens que era suposto enfrentar. Albino pressupôs que, devido á vantagem da equipa e da segura performance dos seus homens, que seria uma boa altura para permitir a nova entrada de Rui. Pois maldita a hora em que o fez, Rui denotou ainda demasiada pressão e deixou-se dominar pelo momento. As tetas escorregavam-lhe das mãos, era demasiado rápido quando a vaca queria que ele fosse gentil, era lento quando a vaca queria vigor, precipitava-se, enganava-se no timing, julgo até que a certo momento se viu lágrimas nos seus olhos. Decadente espectáculo nos proporcionou Rui, é muito triste ver um homem já adulto deixar-se manipular, consumir e ser mal digerido assim por uma vaca. Ainda assim o Marítimos (com 24 litros) ainda detinha uma vantagem razoável, ainda para mais quando os homens do TAG pareciam desmotivados.

 

E foi na altura dos guerreiros de Silvâ mostrarem o que valiam, que história foi escrita nas rudes e esplendorosas mãos de Jacques Pires. Quando tudo parecia perdido, Jacques ocupa o banquinho e com a minuciosidade de um ourives, a paixão de um herói e o fulgor de um tenor começou a fazer das glândulas daquele desmesurado animal, instrumentos de uma sonata, mármore onde ele esculpiu um sonho, juro por Deus que a meio do processo fechei os olhos e ouvi coros de anjos e harpas. O momento de todos mais divinal, foi quando Jacques encostou os quentes lábios á teta do bicho e sugou com adocicado calor o alvejado líquido. Lágrimas vieram-lhe aos olhos, mas ao contrário das lágrimas de Rui, que eram lágrimas de pavor, medo e desejo de evasão, estas lágrimas eram lágrimas de paixão, alegria e vivacidade. Acho que a cara de todos nós, cidadãos do mundo, se enterneceria perante tão bucólico retracto. Jacques ordenhou sozinho 11 litros que garantiram a vitória da equipa, parou por ai, mas se lhe deixassem teria ordenhado leite suficiente para todo um continente. Ele e a sua vaca se elevariam ao inatingível espaço apenas reservado para a mais pura virtude, a mais pura complexidade, a virtuosa promiscuidade, autêntico cimo do monte Olimpo na memória de todos nós. Eu sei meus senhores que o mundo não é feito apenas de ordenha, mas juro-lhes eu que naquele momento o mundo parou por causa de um homem e da sua vaca.

 

Sem mais a acrescentar aqui fica a tabela classificativa:

 

       

Tributo Ancião Grotafunda

  12

121 litros

Associação PACMPD da Grotafunda

  12

108 litros

Associação Grotafundense de Ordenha

  09

110 litros

Juventude Vaqueira

  06

107 litros

Grotafunda Ordenha Clube

  06

099 litros

Homens do Leite Ordenha Clube

  01

082 litros

Lavradores Independentes

  01

079 litros

Marítimos do Cerrado

  00

069 litros

sinto-me: extasiado
música: Earth Intruders - Bjork

.este tarado tem identidade (veja aqui qual)

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