Tomei hoje conhecimento de uma citação de S. Agostinho que dizia:
“Ama e faz o que quiseres”
AMA E FAZ O QUE QUISERES, meus amigos, que raio de citação é essa?
Já imaginaram S. Agostinho num clube elitista de indivíduos criadores de citações (sim que de certeza que esses indivíduos se reúnem todos numa espécie de alcoólicos anónimos do sentido da vida, ou clube de golfe dos intelectuais), seria algo mais ou menos desta maneira:
- Muito bem Platão, isso é uma bela citação.
- Agora eu, agora eu.
-Sim Milan Kundera, fala.
“Felicidade é o desejo de repetição”
- Muito bem, muito bem.
(S. Agostinho entra na sala)
- Olhem é o S. Agostinho, ganda maluco.
-Grande doido, Kafka, grande doido.
- Cala-te pá.
- Que agressividade Kafka, isso é falta de uma coisa que eu cá sei.
- Tinha que vir a piadinha sexual não era Freud? Só pensas nisso seu pervertido.
- E qual é mal?
- O mal é que ao pensares única e exclusivamente em sexo…
(nesta altura intervêm finalmente S. Agostinho)
- Epá Freud, ama e faz o que quiseres.
- Ama e faz o que quiseres?
-Sim pá, ama e faz o que quiseres.
(levanta-se Tolstoy e grita em género de anuncio)
- Pessoal o Agostinho disse “ama e faz o que quiseres”.
(todos)
- Ama e faz o que quiseres??
- Indubitavelmente, tenho plena consciência de ter ouvido o que o reles citador profanou.
- Calma pá, não vamos agora ofender.
(nesta altura um Aristóteles e Gabriel Gárcia Márquez agarram S. Agostinho)
- Eu vou-me a ele, eu vou-me a ele.
- Pessoal isso é tudo falta de uma coisa que eu cá sei.
(todos)
- Cala-te Freud.
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