Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2009

Grandioso Campeonato Espancador Vara de Pinho

Esta semana foi semana de Campeonato Grotafundense de Ordenha.

 Com um campeonato renhido como poucos, e a duas jornadas do fim, toda a Grotafunda foi mobilizada a assistir às emocionantes últimas semanas do campeonato.

 Sem mais delonga aqui ficam os resultados desta jornada:

Associação Grotafundense de Ordenha: 22

Juventude Vaqueira                                   : 22

 

Homens do Leite Ordenha Clube: 20

Marítimos do Cerrado                   : 28

 

Lavradores Independentes      : 24

Grotafunda Ordenha Clube     : 24

 

Tributo Ancião da Grotafunda                                                                                                         : 30

Associação Paroquial Académica Comercial Medicinal Pecuária e Desportiva Grotafunda: 32

 

 Como podem observar a jornada desta semana proporcionou surpresas chocantes no Grandioso Campeonato Espancador Vara de Pinho.

 

A começar, os detentores do título Associação Grotafundense de Ordenha, continua na sua espiral descendente, após a derrota contra a Grotafunda Ordenha Clube, agora um empate contra os claramente inferiores Juventude Vaqueira. Todos os 12 adeptos que se deslocaram ao municipal da Grotafunda saíram visivelmente desiludidos com os pupilos de Firmino Raúle. Firmino Raúle que tem causado muita polémica como técnico da equipa da baixa Grotafunda, a equipa parece sem ritmo, perde litros de leite aparentemente fáceis, e em suma falta-lhe o vigor de épocas passadas. Correm até rumores que Firmino nem é francês e que o apelido, alegadamente de origem gaulesa, não é Raúle mas sim Raul. Este escândalo tem suscitado manifestações à porta da cede do AGO, que pedem a demissão imediata do técnico. O blog Blayer entrevistou um desses manifestantes:

 

 “Isto realmente é muito triste, muito, muito triste. Isto neste mundo existem dois tipos de pessoa: os que se usam a si em prol da ordenha, e os que usam a ordenha em prol de si. E infelizmente a segunda hipótese retrata perfeitamente o senhor Firmino Raul, que não é francês coisa nenhuma, ainda à coisa de quatro anos era empregado no bar do meu cunhado. E mesmo aí já se previa que daria um péssimo técnico de ordenha, mandava sempre entrar os amendoins demasiado cedo, e colocava os tremoços onde não eram desejados.”

 

 Por esta e outras críticas a direcção do AGO convocou uma conferência de impressa, para que o técnico do clube pudesse responder aos mais cépticos. O Blayer esteve lá e apurou o seguinte:

 

 “Estes senhores que se dizem adeptos da Associação Grotafundense de Ordenha mentem. Esses detractores não passam de víboras, seres rastejantes e reles, que com o seu veneno apenas destroem o bom ambiente que se vive na Associação Grotafundense de Ordenha. O meu colectivo é um colectivo forte, o meu colectivo é um colectivo amigo, o meu colectivo é um colectivo profissional que tem dado o seu máximo em prol dum clube com uma história tão singular como o nosso. É extremamente injusto atacar homens de valor, homens com h grande, que todas as jornadas vestem com amor e orgulho as jardineiras deste grupo. Eu enquanto treinador, mais, enquanto fervoroso amante deste emblema jamais aceitarei, que certas larvas sujas e nojentas, tentem atacar algo que me é tão precioso. E no que toca à minha às dúvidas sobre a minha naturalidade, não há nada de mais ridículo, eu sou claramente francês, repare, tenho uma boina, um bigode, cheiro mal dos sovacos e vou neste preciso momento comer uma baguete.”  

 

 Também nesta semana os Marítimos do Cerrado conseguiram uma justíssima primeira vitória, por 20-28 frente ao Homens do Leite Ordenha Clube. Um inspiradíssimo Jonathan Miranda ordenhou sozinho mais de metade dos litros do Marítimos, as suas impressionantes exibições têm despertado o interesse de variadíssimos clubes em variadíssimos locais do mundo, falando-se mesmo no interesse do Dínamo Krasteck da Ucrânia ou até mesmo dos tri-campeões do Cazaquistão o Fulcrapecz.

 

 Mas o maior choque aconteceu no Municipal Ancião, com a derrota do actual líder Tributo Ancião da Grotafunda frente à maior surpresa do torneio a Associação Paroquial Académica Comercial Medicinal Pecuária e Desportiva Grotafunda por 30-32.

 

 A derrota foi um choque tremendo, no embate entre os líderes o Municipal estava mais que superlotado, com uns épicos 18 espectadores. Toda a gente esperava que o TAG decidisse o campeonato neste jogo, e os adeptos preparavam-se para comemorar o feito. Como heróis o trio do TAG entrou no municipal, liderados pelo capitão Carlos Abelha, o homem da casa Apolo Silva Santos e o génio de Marselha Jacques Pires.

 

 Por outro lado, a expressão bélica na face dos homens da APACMPDG provocava calafrios a todos os que procurassem contacto visual. Desde cedo se percebeu que os homens de Américo Amaro não iriam entregar os 3 pontos de mão beijada aos locais.

 

Com esplendor e grandeza começou a equipa da casa, 3 litros para Carlos Abelha, 2 para Silva Santos e 3 para Jacques Pires, que mais uma vez deleitou os fans, ao usar a boca como uma terceira mão e assim adicionar mais litros à sua conta pessoal. No entanto Jacques não manuseou as tetas durante muito tempo, talvez para se poupar para os períodos que se avizinhavam.

 

 Com afinco e pundonor começou o APACMPDG, a velocidade da sua ordenha fez com que muitos dos espectadores julgassem que se tratava duma equipa de hexadáctilos. De facto os três agricultores completavam-se tão bem que pareciam um só super-lavrador. 12 litros foi o resultado para a equipa da Grotafunda central o que lhe dava uma vantagem de 4 litros ao fim do primeiro período.  

 

 Foi aí que João Silvâ se apercebeu que não poderia ceder um milímetro para os segundos classificados. E no segundo período vimos o mesmo Jacques Pires que vemos nas nossas fantasias. O homem massaja, beija e acaricia as tetas do animal como quem acarinha um filho, e o resultado é litradas de leite, neste caso anda mais nada menos que 16 litros de leite. No segundo período nem Abelha nem Apolo de aproximaram do animal, nem foi preciso, seria como se um servente de pedreiro desenha-se a capela sistina.

 

Perante tal enquadramento pouco ou nada há a fazer, e a APACMPDG apenas conseguiu ordenhar 6 litros no segundo período, deixando assim o resultado nuns 24-18.

 

 Mas a grande reviravolta veio no terceiro período. Quando os adeptos do TAG já saltavam em júbilo a antever a conquista da prova. No último período João Silvâ substituo o esgotado Jacques Pires por Sílvio Tomás. No terceiro período o TAG fez trabalho de manutenção, cada atleta ordenhou 2 litros cada um e permitiu que cada um tivesse tempo suficiente com a vaca para elaborar as suas técnicas de ordenha.

 

 Essa desaceleração mostrou-se fatal, com força redobrada os pupilos de Américo Amaro, trabalharam aquela vaca com fulgor tal que ou ela produzia leite ou eles lhe batiam (como foi o caso, a certa altura José José deferiu uma pancada na glândula do animal, o que foi falta com direito a pancada de cauda).  E o que é certo é que a vaca correspondeu á vontade (por vezes até brutalidade) dos atletas da Grotafunda Central. E vimos esguichos e esguichos de leite a cair no balde da APACMPDG, esguichos esses que ao se amontoarem criavam uma porção de leite cada vez maior. E, perante os olhares perplexos dos adeptos do TAG, essa porção resultou em 14 litros, dando assim a vitória aos visitantes por 30-32.

 

 Foi um ambiente pesado que se viveu na baixa Grotafunda, durante muito tempo ninguém conseguiu dizer nada, como reza a letra dos Mão Morta “Ninguém dizia nada, o silêncio, acompanhava o olhar vazio, a dor”.

 

 Aqui fica a tabela classificativa actualizada:

 

Associação PACMPD Grotafunda

15 pontos

140 litros

Tributo Ancião Grotafunda

12 pontos

151 litros

Associação Grotafundense de Ordenha

10 pontos

132 litros

Juventude Vaqueira

07 pontos

129 litros

Grotafunda Ordenha Clube

07 pontos

123 litros

Marítimos do Cerrado

03 pontos

097 litros

Lavradores Independentes

02 pontos

103 litros

Homens do Leite Ordenha Clube

01 ponto

102 litros

música: Mão Morta - Arrastando o seu cadáver
sinto-me: exaurido

Domingo, 20 de Dezembro de 2009

Curling

 O curling é, paradoxalmente, um desporto simples que levanta imensas questões.

 O desporto baseia-se em fazer deslizar calhaus no gelo, e fazer com que o calhau pare num determinado círculo.

 Deslizar calhaus no gelo… A premissa por si só ultrapassa todas as minhas convenções de bom senso. Bem sei que se abstrairmos desta forma qualquer desporto parece idiota, e a verdade é que muitos o são, mas francamente, deslizar calhaus no gelo? Quem pensou numa coisa destas? E os encontros de curling são estupidamente grandes, cada encontro tem dez rondas cada ronda tem pelo menos 3 lançamentos para cada equipa, cada lançamento requer alguns minutos para decidir a melhor estratégia para deslizar o calhau, tudo isto resume-se a mais de hora e meia de deslizamento de calhaus.

 Isto para não falar nos anos de treino que se requer para ser um decente lançador de calhaus. Conseguem imaginar um miúdo a treinar durante horas a sua prática de lançar calhaus? É que nem é atirar pedras, é fazer com que as pedras deslizem gentilmente na pista de gelo. Parece ou não parece divertido? O velho treinador a dizer como se lança uma pedra, a ensinar todas as movimentações necessárias para lançar a pedra, a exaltar-se quando não estamos claramente a prestar-lhe atenção, a incentivar-nos quando os meninos da outra equipa lançam pedras melhor que nós. Oh as preciosas memórias dum jogador de curling, a vez onde a sua pedra ressaltou na pedra do adversário e ficou mesmo no centro do círculo vermelho, ah a nostalgia, a nostalgia.

 Mas desenganem-se os que julgam que o curling se limita a isto, não, aparentemente o criador do desporto julgou que lançar calhaus no gelo fazia demasiado sentido, logo juntou dois membros para varrer o gelo por onde o calhau passa. Só o facto de estar a escrever isto faz-me confusão, se existe algo que nunca julguei escrever esse algo é “varrer o gelo por onde o calhau passa”, conseguem imaginar pôr isto numa qualquer conversa? Haverá algum cenário onde tenhamos que dizer “varrer o gelo por onde o calhau passa”? Apenas o curling poderia magicar tal situação.

 E se os treinos dos lançadores de pedras já me parecem bizarros, que dizer dos varredores olímpicos? Como será a vida dum varredor olímpico? Todos os dias treinar durante 3 horas a sua técnica de varrer. E o pior nem é a complexidade que o simples acto de varrer ganha, é as expectativas criadas sobre as lides domésticas dum varredor olímpico, esperasse dum varredor olímpico que tenha o chão olimpicamente limpo, o que dizer dum varredor olímpico com um chão sujo? É como um cozinheiro de renome que se alimenta exclusivamente de douradinhos.

 

música: Yann Tiersen - J´y Suis Jamais Alle
sinto-me: perplexo

Domingo, 13 de Dezembro de 2009

Tenham medo, tenham muito medo

 Da mais profunda falésia das trevas, dos mais escuros recantos do nosso imaginário surge esta génese de todo o mal.

 As suas atrocidades, de renome e crueldade tal, dão-lhe o rótulo de mito, mistificam a sua sinistra realidade. Mas agora, que nos aproximamos a passos largos do abismo, cépticos e crentes, sábios e plebeus, patrícios e escravos todos tremem perante o malogrado destino, todos lançam as suas preces na esperança aflita que as suas divindades (por mais diversas que sejam) os ouçam e venham em seu socorro.

 Valerá a pena? Como já foi dito “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, mas a sua aura de terror terá consequências nefastas, e na sua ardente maldição ouviremos os gritos dos condenados, a dor dos inocentes e as súplicas dos culpados, pois ele é maior que a justiça, ele é maior que a própria vida, ele transcende tudo e todos, ele afecta bons e maus, e ele virá como sempre veio.

 E quando passar, o seu ímpeto breve e devastador, alguns suspirarão de alívio, outros não esconderam o receio, porque ele voltará, como sempre voltou, atormentará como sempre atormentou e actuará como sempre actuou.

 Por isso fuja, esconde-se, guarde-se em posição fetal, recorra ao ventre da sua mãe, recorra à casa onde o viu nascer, recorra a tudo o que lhe traga conforto e amparo. Fique alerta mas não enlouqueça, não entre em pânico mas não se desleixe, porque uma simples fracção de segundo de relaxamento será o suficiente para ele se precipitar perante si, com toda a sua malvadez, e se tal acontecer nunca mais você será o mesmo, nunca mais você será alguém.

 Acima de tudo, evite a tudo o custo o:

 

 

 

 

 Natal dos Hospitais

 

sinto-me: apavorado
música: Yann Tiersen - Sur le FIl

Domingo, 6 de Dezembro de 2009

Divirta-se, leia este post na vertical e descubra o nome dum conceituado pedófilo da nossa praça

 Como já tinha referido há algum tempo, um desses génios do meio televisivo lembrou-se de televisionar um par de pessoas a chamar um cão.

 Cinco minutos de tv da melhor qualidade onde duas pessoas simplesmente agacham-se e repetem “bobi” indefinidamente.

 Pois bem, como paladino do serviço público que sou, não perdi tempo (tirando o mês e tal em que escrevi esse post e o dia de hoje) e entrevistei essa alma errante e peculiar.

 Blayer – Antes de mais obrigado por ter aceitado o meu convite.

Indivíduo do panorama televisivo – Como alguém pode recusar o que quer que seja a tão esplêndido espécime ultrapassa a minha compreensão.

B – Muito obrigado. Antes de começar, importa-se que lhe trate por idiota?

IPT – Claro que não. Parte da iniciação no panorama televisivo requer a total perda de dignidade. Nessa mesma iniciação aprendi a beber leite duma tigela para cães, enquanto sustento essa mesma tigela com o ânus e imito o latido de 32 espécies diferentes de cães.

B – Impressionante sem dúvida. Terá sido dessa experiência que surgiu o passatempo do chamamento do cão?

I – Curiosamente não. O desafio do chamamento do cão é a perfeita representação da minha forma de pensar.

B – Por alguma razão não estou surpreendido... Já agora, importa-se de explicitar um pouco mais essa sua forma de pensar?

I – Claro que não. A meu ver as pessoas querem ver na televisão coisas com as quais se identifiquem. Ou seja coisas do dia-a-dia, a vida como ela é, a televisão a imitar a realidade. E onde reside essa realidade se não nessas pequenas tarefas diárias?

B – Mas é assim tão necessário esmiuçarmos tão ínfimos detalhes do lufa-lufa diário? Chamem-me de maluco mas, um homem agachado durante 10 minutos a repetir “bobi” parece-me no mínimo enfadonho.

I – Maluco. Não só é necessário como passível de grande entretenimento. E digo mais, chamar cães não é um pormenor pequeno o suficiente. Como comprovará ao assistir ao meu novo reality show “A fila”.

B – Tenho algum medo de perguntar mas, em que consiste” A fila”?

I – Ainda bem que perguntou. A fila é o novíssimo e inovador reality show onde um grupo de 2748 estranhos convivem entre si numa fila interminável para receber o subsídio de desemprego. Todas as semanas o publico vota num concorrente para receber o mesmo subsídio e, consequentemente ser eliminado da fila.

B – Todas as semanas sai um concorrente?

I – Sim

B – Então o programa irá demorar 2748 semanas?

I – Exactamente.

B -56 anos.

I – Sim, será o maior reality show de todos os tempos. O MAIOR REALITY SHOW DE TODOS OS TEMPOS.

B – O idiota que me perdoe a pergunte mas, não será isso um claro sintoma de megalomania?

I – Não, ainda ontem tirei um quisto.

B – O maior quisto de todos os tempos?

I –Curiosamente.

 

sinto-me: com medo
música: Overpowered - Roisin Murphy

.este tarado tem identidade (veja aqui qual)

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