Fiquei recentemente familiarizado com o termo “bookcrossing”.
O que é isto do “bookcrossing”, a ideia parece ser esta: um indivíduo lê um livro, um indivíduo deixa propositadamente o livro num local qualquer, outra pessoa pega no livro e fica com ele ate o ler e deixá-lo noutro ponto, e assim sucessivamente.
Ou, resumindo numa palavra: roubar.
Decerto que alguns de vocês que estão aí a ler isto devem estar a pensar “quanto tempo faltará para acabar de descarregar o freiras mamalhudas 4?” ou “será que deixei o fogão aberto?”. O que me parece um bocado estúpido tendo em conta que está a arriscar a própria vida para ler um texto que vais piadas sobre filmes pornográficos… mas adiante.
Explicando a minha relação entre este conceito e o acto de furtar: não á muito que explicar, o próprio conceito é uma explicação, senão revejamos os passos novamente:
1 – Depois de ler um livro deixo-o numa mesa de um café qualquer.
2 – Alguém retira o meu livro, e fica com ele.
3 – Não sei quem me ficou com o livro, não o tenho, fui roubado.
Pior, e se um gajo se esquecer mesmo de um livro num café, voltar ao café 5 minutos depois e nada. É roubo ou não é roubo?
E para todos os que acham esta “ideia” (chamemos-lhe assim) moderna e inovadora, desenganem-se, não é tão moderna quanto isso, de facto já existe á bastante tempo, não era é relacionada com livros.
Quem não se lembra do “carteiracrossing”? Ou do “telemovelcrossing”?
Se á coisa que pouco dignifica a masculinidade de um individuo são aqueles “gel de banho” e desodorizantes “Axe”.
Não sei se sou o único a pensar assim mas… tomar banho com um produto que contêm no título a expressão “frutos proibidos”, não é algo que faça muito pela minha auto-estima.
Adianto ainda que absolutamente nada tipicamente “másculo” inclui a expressão “frutos proibidos”. Ninguém pede uma imperial com “frutos proibidos”, ninguém come carne crua com “frutos proibidos”, ninguém comeu uma gaja tão boa que parecia “frutos proibidos”, ninguém tem um extra no automóvel com “frutos proibidos”, ninguém festeja as vitórias do clube de futebol com “frutos proibidos”, ninguém mata 12 índios com “frutos proibidos” e assim sucessivamente.
O novo produto dessa companhia dá pelo nome de “Dark Temptation”, o que em bom português é “tentação negra”. Segundo o anúncio a ideia é inserir um aroma a chocolate. Chocolate vejam só, mas qual é o gajo que quer cheirar a chocolate? Existirá um homem determinante na história do mundo que cheirasse a chocolate? Haverá alguma actividade tipicamente máscula associada a chocolate? Já alguém matou touros ou outros bichos a cheirar a chocolate? Já alguém apagou fogos a cheirar a chocolate? Já alguém se peidou numa festa social a cheirar a chocolate? Julgo que não.
Aliás uma forma de medirmos o decréscimo da nossa vida sexual é quando “tentação negra” deixa de ser quem nos lava as costas para o que nos lava as costas.
Num passado deveras recente, tive a oportunidade de ouvir um relato de futebol (Sporting – Basileia, julgo) na rádio.
O que é que isso tem de especial? Nada. Porque é que fiz um parágrafo que apenas alberga uma pergunta retórica? Demasiado tempo livre.
O ponto alto desse mesmo relato foi sem duvida quando o locutor da Antena 1 balbucia estas palavras:
“Aristóteles disse uma fez “somos aquilo que fazemos repetidamente bem.””
A minha dúvida reside neste ponto, que vos vou relatar em maiúsculas de forma a dar um aspecto de certa forma desesperante: PORQUE RAIO ALGUÉM IRÁ CITAR ARISTÓTELES NUM RELATO DE FUTEBOL, PORQUÊ? PORQUÊ? Qual é a necessidade? Apesar de não ser grande apreciador de futebol, julgo que é algo que pouco tem a ganhar ou a perder com citações de Aristóteles. O que se segue? Um comentador parar de relatar uma jogada para recitar um poema que achou muito bonito e comovente? Um comentador gritar histericamente a meio de um jogo “O que faço eu aquiiiiiiiiiii? Qual é o sentido da vidaaaaaaa? Existência humaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaanaaaaaaaaaaaaaa.” Onde andam os clássicos chavões como “é disto que o meu povo gosta.”?
Como se não bastasse o infame homem da bola prosseguiu com:
“Ou seja a excelência é aquilo que nós fazemos bem e repetidamente”.
Para quê esta explicação óbvia? Será que lhe passou pela cabeça que alguém pudesse pensar que “repetidamente bem” e “bem repetidamente” não são uma e a mesma coisa? Só se trocou a ordem das palavras por amor de deus.
O que será preferível:
Copular com uma pessoa do sexo oposto, banalmente atraente, e com duas pernas.
Ou
Copular com duas pessoas estonteantemente atraentes, com uma perna cada?
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